Esta Árvore situa-se na aldeia de Lagarelhos do concelho de Vinhais.
Foi classificada de interesse público.
D.G.(R.)Nº 54 II Série de 04 de Março de 2000
Nome científico - Castanea sativa Miller
Nome português - Castanheiro
Proprietário - Francisco dos Santos Fernandes
Altura total - 14 m
Perímetro - 13.0 m - 12.8 m
Diãmetro médio da copa - 17 m
Idade provável - milenária
"A Castanheira" como é conhecida esta árvore milenária, monumento natural da Terra Fria, permanece, testemunhando com serenidade e imponência o tempo que em eras se desdobra...
O CASTANHEIRO
Pela estrada, que entre cerejais ondeia,
uma pequerrucha, Tró-la-ró-la-rá!
Vai cantando e guiando o carro para a aldeia...
São os bois enormes, e a carrada cheia
Com um castanheiro apodrecido já.
Castanheiro morto!que é da vida estranha
Que no ovário exíguo duma flor nasceu,
e criou raízes, e se fez tamanha
Que trezentos anos sobre uma montanha
Seus trezentos braços de colosso ergueu?!
Em casal de Serras arde o castanheiro
Lâmpada de pobres a fazer serão;
De redor no grande festival braseiro,
A velhinha, o velho, o lavrador trigueiro,
A mulher, os filhos, o bichano e o cão.
Como não sentir um estranho afecto,
Como não amá-lo com veneração,
Se lhe dera a trave que sustenta o tecto,
Se lhe dera o berço onde repoisa o neto,
Se lhe dera a tulha onde arrecada o pão.
Fez com ele o jugo e fez com ele o arado;
Fez com ele as portas contra os vendavais;
E com ele é feito o velho leito amado,
Onde se deitara para o seu noivado,
E onde já morreram seus avós, seus pais!
Eis as brasas mortas... Ei-lo já converso
O castanheiro em cinza, o fumo vão, em luz...
Luz e fumo e cinza tudo irá disperso
Reviver na vida eterna do Universo
Circulo de enigmas que ninguém traduz...
Poema de Guerra Junqueiro de "Os Simples"